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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Tentativa de venda de comboio histórico da CP suscita escândalo e boicote na Europa

Federação Europeia de Caminhos-de-Ferro Turísticos apelou a museus para não comprarem comboio de via estreita estacionado na Régua, em nome da defesa do património português.

CP tentou vender junto de museus ferroviários europeus o comboio histórico de via estreita estacionado na Régua, mas a Federação Europeia das Associações de Caminhos-de-Ferro Turísticos (Fedecrail) boicotou essa tentativa, pedindo aos museus que renunciassem à compra, mesmo que estivessem interessados.

"Essa proposta pareceu-nos escandalosa, porque o material em via métrica português é raro e é uma composição que está em bom estado", disse ao PÚBLICO Jacques Daffis, vice-presidente da Fedecrail, que tomou a iniciativa de informar o Museu Nacional Ferroviário português, que desconhecia esta tentativa de venda por parte da CP. "O que é incrível é que a CP tenha proposto a sua venda sem informar previamente o museu português", disse, explicando que a posição da Fedecrail é de que o património deste tipo só deve ser vendido ao estrangeiro "se não houver nenhuma possibilidade de preservação no país de origem e/ou se estiver em perigo".

A tentativa de venda partiu da CP Frota, a unidade de negócios que gere o material circulante, através de um email muito informal, datado de 9 de Novembro e enviado para museus ferroviários europeus, no qual até se propunha que fossem estes a avançar com uma proposta de preço.

Contactada a CP, a porta-voz da empresa explicou que se trata de um comboio que está em condições operacionais (em 2005 ainda circulou na Linha do Corgo), mas que não tem agora utilização possível em Portugal, com o fim anunciado da Linha do Vouga, que é a última linha de via estreita em funcionamento no país. "Podendo haver interesse por alguma companhia ferroviária na sua colocação ao serviço para fins turísticos, a CP fez uma primeira auscultação do mercado para verificar a existência de eventuais interessados", disse a mesma fonte. A CP mantém, por isso, o interesse na venda, mas admite agora que "será dada preferência ao Museu Nacional Ferroviário, caso este tenha disponibilidade" para o comprar.

Esta posição oficial da CP surpreendeu o presidente da Fundação do Museu Nacional Ferroviário, Júlio Arroja, que tinha pedido à CP para que houvesse uma "cedência" (e não uma venda) daquele material circulante ao museu. "Foi feito um pedido à administração da CP e creio que o assunto está bem encaminhado", disse ao PÚBLICO.

É que, embora tenha sede no Entroncamento, o Museu Nacional Ferroviário tem secções museológicas em todo o país e existe precisamente um projecto para Macinhata do Vouga (Águeda). Este projecto consiste na requalificação do complexo ferroviária daquela estação, para albergar ali o comboio histórico e poder vir a dar-lhe utilização, com passeios turísticos entre Aveiro, Águeda e Sernada do Vouga. Um projecto que agora fica no limbo, com o encerramento da Linha do Vouga.

Material do início do séc. XX
O comboio histórico de via estreita em causa é composto por uma locomotiva a vapor fabricada na Alemanha em 1923 e enviada para Portugal a título de indemnização da I Grande Guerra. Esta máquina prestou serviço em praticamente todas as linhas de via estreita do país e está ainda operacional. A composição pode também ser rebocada por uma locomotiva a diesel de 1964, fabricada em Espanha, e comprada pela CP em segunda mão nos anos setenta.

Além de um furgão em madeira de 1925 e de um vagão-cisterna, a composição inclui uma carruagem de origem belga de 1908, outra fabricada na Alemanha em 1925 e ainda uma outra construída pelos então Caminhos de Ferro do Estado, nas oficinas do Porto, em 1913. O conjunto constitui um acervo único em Portugal e raro na Europa, que deve ser preservado, "de preferência no país de origem", refere Jacques Daffis.

Comboios turísticos
Apesar de residual em Portugal, a exploração de comboios turísticos e dos museus ferroviários a que estes estão associados constituem uma actividade que só em três países europeus – Alemanha, Reino Unido e França – emprega 3812 pessoas e factura anualmente 174 milhões de euros.A Fedecrail – Federação Europeia dos Caminhos-de-Ferro Turísticos e Históricos é um organização de direito belga que congrega 616 membros de 27 países e que tem por missão a coordenação de todos os caminhos-de-ferro históricos e dos museus que se ocupam da sua conservação, bem como da protecção do material circulante que lhes está associado.

Em Portugal, o único comboio histórico em funcionamento é o do Douro, entre a Régua e o Pinhão, que só circula no período de Verão. A CP ameaça acabar com ele, se não aparecer qualquer entidade disposta a assumir-se como parceira de exploração do comboio que este ano registou prejuízos da ordem dos 60 mil euros. A CP já teve também o Comboio do Vinho do Porto, que circulou no Douro, mas que se encontra agora semi-abandonado em Contumil.

Fonte: Público

terça-feira, 29 de novembro de 2011

CP admite acabar com comboio histórico no Douro, se não encontrar parceiros



A CP está à procura de "entidades públicas ou privadas" que possam ser suas parceiras na exploração do comboio histórico do Douro, para minimizar os prejuízos que tem tido naquele serviço e que a empresa diz não poder mais suportar. "Caso esta solução [parcerias] não seja viável, está efectivamente em causa a sua continuidade", disse ao PÚBLICO fonte oficial da empresa.

No Verão passado o resultado de exploração deste comboio a vapor, que durante a época alta faz viagens entre a Régua e o Pinhão, foi de 60 mil euros negativos. Um resultado bastante melhor do que o de 2010, em que o prejuízo foi de 110 mil euros. A CP diz que tal se deveu a um grande esforço para reduzir custos "sem prejudicar a qualidade e atractividade do produto". Este ano o comboio histórico teve custos de 150 mil euros e receitas de 90 mil euros.

A transportadora pública diz que tem tido como parceiros neste negócio o Hotel Douro Palace, a Cenários do Douro, Vintage House, Aquapura Valey, ACP e Régua Douro, mas que "estas parcerias não representam envolvimento nos custos, mas apenas vantagens comerciais para os clientes". Este ano viajaram no comboio histórico 2270 pessoas, o que representa uma média de 206 passageiros por comboio realizado (a capacidade total de é de 250). Uma taxa de ocupação de 82 por cento que, curiosamente, é superior à da média do serviço regional da empresa.

No ano passado este serviço teve 1639 passageiros, a que corresponde uma média de 149 passageiros por comboio. Isto até significa que a procura tem vindo a aumentar e que os prejuízos têm vindo a diminuir, mas a empresa - que, no âmbito do acordo com a troika, está sujeita a uma forte pressão para reduzir custos devido ao défice das empresas públicas de transportes - diz que fazer serviços turísticos não é a sua vocação. Mas não tem dúvidas acerca do "inquestionável valor histórico e turístico deste produto, em particular para a região do Douro" .

A maioria dos clientes deste comboio são de Lisboa e Porto e, entre os passageiros estrangeiros, destacam-se os ingleses, franceses e espanhóis. Alguns vêm integrados em circuitos turísticos no Douro e outros vêm por conta própria. Um inquérito da CP revela que o leque de idades se situa entre os 26 e os 65 anos, "com uma distribuição percentual quase equitativa nas várias faixas etárias, o que prova a atractibilidade e transversabilidade do produto".

No Verão passado o resultado de exploração deste comboio a vapor, que durante a época alta faz viagens entre a Régua e o Pinhão, foi de 60 mil euros negativos. Um resultado bastante melhor do que o de 2010, em que o prejuízo foi de 110 mil euros. A CP diz que tal se deveu a um grande esforço para reduzir custos "sem prejudicar a qualidade e atractividade do produto". Este ano o comboio histórico teve custos de 150 mil euros e receitas de 90 mil euros.

A transportadora pública diz que tem tido como parceiros neste negócio o Hotel Douro Palace, a Cenários do Douro, Vintage House, Aquapura Valey, ACP e Régua Douro, mas que "estas parcerias não representam envolvimento nos custos, mas apenas vantagens comerciais para os clientes". Este ano viajaram no comboio histórico 2270 pessoas, o que representa uma média de 206 passageiros por comboio realizado (a capacidade total de é de 250). Uma taxa de ocupação de 82 por cento que, curiosamente, é superior à da média do serviço regional da empresa.

No ano passado este serviço teve 1639 passageiros, a que corresponde uma média de 149 passageiros por comboio. Isto até significa que a procura tem vindo a aumentar e que os prejuízos têm vindo a diminuir, mas a empresa - que, no âmbito do acordo com a troika, está sujeita a uma forte pressão para reduzir custos devido ao défice das empresas públicas de transportes - diz que fazer serviços turísticos não é a sua vocação. Mas não tem dúvidas acerca do "inquestionável valor histórico e turístico deste produto, em particular para a região do Douro" .

A maioria dos clientes deste comboio são de Lisboa e Porto e, entre os passageiros estrangeiros, destacam-se os ingleses, franceses e espanhóis. Alguns vêm integrados em circuitos turísticos no Douro e outros vêm por conta própria. Um inquérito da CP revela que o leque de idades se situa entre os 26 e os 65 anos, "com uma distribuição percentual quase equitativa nas várias faixas etárias, o que prova a atractibilidade e transversabilidade do produto".

Material à venda
O comboio a vapor do Douro é composto pela locomotiva a vapor 0187, que foi construída na Alemanha em 1923 e enviada para Portugal como indemnização da I Grande Guerra. Alimentada a carvão, esta máquina reboca três carruagens de madeira dos anos 20 do século passado, construídas nas oficinas da Figueira da Foz e que pertenceram à Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira Alta. Uma das razões que encarece o custo deste serviço é a obrigatoriedade de, atrás da composição, seguir uma dresina com pessoal da Refer e bombeiros que verificam se há algum indício de incêndio nas imediações da via férrea. Um cuidado que não existiu durante os mais de cem anos em que na linha do Douro só existia tracção a vapor.

A CP admite também vender o comboio histórico de via estreita que está parqueado na Régua e que chegou a fazer algumas excursões na linha do Corgo até Vila Real. A última realizou-se em 2005 e a empresa está agora a procurar interessados que possam adquirir a composição (composta por uma máquina a diesel e carruagens históricas). O PÚBLICO perguntou à CP de que forma seria este material posto à venda e por que motivo não integraria este o espólio do Museu Nacional Ferroviário, mas a empresa não respondeu a esta questão.

As reacções
Considerando os valores financeiros em causa, absolutamente simbólicos para a realidade da CP, a Estrutura de Missão do Douro considera "criticável" a opção de encerramento do serviço do comboio histórico no Douro. "Esta decisão, a confirmar-se, não acompanha de todo a aposta que se faz hoje no desenvolvimento turístico da região, nem respeita o seu estatuto de Património da Humanidade.

Um destino como o Douro justifica, perfeitamente, um investimento desta diminuta dimensão", disse ao PÚBLICO o responsável por esta estrutura, Ricardo Magalhães. "Trata-se de manter um serviço que é um recurso importante na atractividade turística e no conhecimento do rio e da paisagem classificada. Até no plano económico, esta decisão é incompreensível. Pelo que se conhece, o prejuízo do serviço vem diminuindo drasticamente e o retorno que deixa na região será certamente superior ao seu custo", assinala.

Fonte: Público

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Transdev quer concessões da Carris, CP, STCP e Metro de Lisboa


Empresa garante que irá manter os trabalhadores que estão afectos à área operacional das unidades que forem colocadas a concurso.

A francesa Veolia Transdev tem interesse em concorrer a todas as concessões na área dos transportes que sejam abertas aos privados nos próximos tempos.

"Estamos disponíveis. São todos 'core' para nós [as linhas de transportes públicos que deverão ser concessionadas]" afirmou Pires da Fonseca, administrador-delegado do grupo, ao Negócios.

O responsável refere-se, em concreto, a negócios da CP, Carris, STCP e Metro de Lisboa.

Fonte: Jornal de Negócios

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O fecho das linhas da CP não é o fim, mas sim o princípio.


Hoje, foi noticiado que a ligação ferroviária da CP a Vigo dá prejuízos (fonte: Diário de Notícias). Esta situação não é de espantar, quando uma viagem de Porto a Vigo demora mais de 3 horas. Lemos e visionámos várias reportagens com muita gente a reclamar, sobre o encerramento da linha para além de Valença, mas não vimos ninguém a propor soluções financeiramente viáveis. Além disso, ninguém questionou porque é que é a Renfe não faz ela própria a ligação a partir de Valença… era só atravessar a ponte… Para nós, infelizmente, não é de espantar este tipo de posições das entidades governativas espanholas e galegas. 

A mentalidade Portuguesa terá de mudar em relação aos serviços prestados pelo Estado Português, na área dos transportes. Não vai ser possível manter toda a nossa rede ferroviária em funcionamento no próximo ano. Muitas mais linhas vão fechar. Isto não é o fim, mas sim o princípio de uma nova realidade. É uma oportunidade para quem defende a viabilidade financeira de uma linha, apresentar os seus projectos para uma exploração privada da mesma.
Nos próximos tempos vão surgir diversas oportunidades de negócio, que com o espírito criativo e inovador dos Portugueses, acreditamos que vão singrar. Os Portugueses foram mal habituados desde de pequenos, quando foi incutida a ideia de que o Estado tem sempre de fazer tudo. A iniciativa privada não é nenhum papão. Por todo o mundo há vários projectos de sucesso de exploração privada de linhas ferroviárias e pela primeira vez na história ferroviária Portuguesa, temos um governo aberto à iniciativa privada para explorar este sector.

A equipa da CT encara tudo isto como um desafio a todos que amam, gostam e defendem a rede ferroviária portuguesa para desenvolverem as suas ideias e não terem medo de as apresentar ao “mundo”. Foi isso que fizemos. Não há que ter medo das críticas ou das “bocas” dos invejosos. Nós encaramos todas as críticas como construtivas e como elemento determinante para evoluir e melhorar o projecto. Quem acompanhou a nossa evolução, pode observar o desenvolvimento que este projecto teve desde o seu esboço inicial. Quanto às “bocas” dos invejosos, só nos dão mais força para melhorar e evoluir.
Para tudo isto é preciso trabalho. Muito trabalho. Podemos dizer que toda a nossa equipa e amigos já despenderam milhares de horas no Projecto CT, mas até agora não houve ninguém que desse por perdido um segundo despendido das nossas vidas. Talvez seja essa a nossa missão ou seja este “O Sentido da Vida”.

Contamos contigo!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Governo quer abrir linhas ferroviárias à exploração turística

Foi com agrado que ouvimos o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho dizer no Parlamento que equaciona abrir à operação privada linhas que tenham interesse turístico, mas que não sejam rentáveis porque têm poucos passageiros.

Ver o vídeo das declarações.


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ponto de situação

Informamos que estamos a melhorar o projecto CT com o contributo de entidades ligadas ao sector ferroviário. Estamos também a estudar uma alternativa mais rápida de ligação das linhas transmontanas aos comboios Alfa Pendular (com ligação a Lisboa). Este estudo pode alterar substancialmente todo o projecto.
Esperamos em breve apresentar todas as novidades.


Paulo Santos
CT - Comboios Transmontanos S.A.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Bem-vindos à CT - Comboios Transmontanos S.A.


Bem-vindos ao novo site da CT – Comboios Transmontanos S.A.

Aqui vamos conseguir satisfazer todas as necessidades que a evolução do projecto obriga.
Além disso, estamos mais protegidos relativamente aos atacantes informáticos de que a CT foi vítima no antigo site.

Em breve vamos ter mais novidades…
Esperamos que esta evolução e a nova apresentação sejam do vosso agrado.

Paulo Santos
CT – Comboios Transmontanos S.A.



quinta-feira, 12 de maio de 2011

A Linha do Corgo não termina em Vila Real

A CT não se contenta com a posição do Dr. Passos Coelho que defende apenas a revitalização da Linha do Corgo até Vila Real, chamamos atenção do Dr. Passos Coelho que a Linha do Corgo não termina em Vila Real, mas em Chaves. A CT aguarda resposta à missiva entretanto enviada ao Dr. Passo Coelhos para se pronunciar sobre o projecto CT. Esperamos que a resposta não venha a ser o silêncio como no passado o seu grupo parlamentar o fez.

Os Transmontanos têm de estar atentos a este tema e às posições que cada partido vai tomar sobre as Linhas Transmontanos, antes de decidirem em quem vão votar no dia 5 Junho. Se o não fizerem, não se venham lamentar no futuro que nada foi feito. Está na hora de os Transmontanos reivindicarem através do voto o desenvolvimento da sua região, onde o comboio é com toda a certeza o motor essencial desse desenvolvimento.

Paulo Santos
CT - Comboios Transmontanos S.A.


Passos Coelho defendeu revitalização da Linha do Corgo

O presidente do PSD defendeu hoje a revitalização da Linha do Corgo, entre a Régua e Vila Real, considerando que é um pequeno investimento que faz mais sentido do que a alta velocidade.

Pedro Passos Coelho, cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Vila Real e ainda presidente da Assembleia Municipal (AM) da capital deste distrito, passou hoje o dia numa acção de pré campanha eleitoral que o levou ao Peso da Régua, à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Ribeira de Pena e Vila Pouca de Aguiar.

Durante a visita, o líder social-democrata disse defender a revitalização desta linha e garantiu ter insistido "muito nisso", lembrando que, no papel de presidente da AM de Vila Real aprovou um voto de recomendação para que o "Governo retome aquilo a que se tinha comprometido".

Passos Coelho afirmou ainda que o foi o próprio Estado que "pagou para desmantelar o pouco que havia" na linha do Corgo.

Encerrada desde Março de 2009 pelo Governo PS que alegou razões de segurança, a linha que ligava a Régua e Vila Real deveria ter sido alvo de um investimento de 23,4 milhões de euros em obras de reparação e reabrir até ao final de 2010.

Só que as obras pararam após o desmantelamento dos carris, ficando no lugar da linha férrea um estradão de terra batida.

"Quando a linha foi encerrada à circulação, o Governo assumiu que era temporariamente. A verdade é que o tempo vai passando e o Governo faz o facto consumado de vir dizer agora, como estamos em grandes dificuldades financeiras, que já não se poder fazer a remodelação que estava prevista", frisou.

Ora, na opinião do presidente do PSD, o que "não pode acontecer" é as que as pessoas "nem fiquem com o serviço nem com a linha melhorada". Isto porque, referiu, as populações que eram servidas pelo comboio "não têm outra forma de comunicação".

"Ora isso não pode ser. Nós precisamos de ter investimento de mais proximidade que crie mais emprego e seja mais produtivo e investir menos em coisas onde se fizeram mal as contas e que vão provocar prejuízos de milhões e milhões de euros que nos vão custar muito a pagar nos próximos anos", sublinhou.



segunda-feira, 2 de maio de 2011

Reunião da CT na Galiza

Na passada Quinta-feira, dia 28 de Abril, a CT teve uma reunião com entidades da região da Galiza. A reunião decorreu em Santiago de Compostela e correu bem, dentro daquilo que estávamos à espera. Como podem facilmente perceber, a parte do projecto sobre o prolongamento da Linha do Corgo de Chaves a Ourense requer algumas burocracias do lado espanhol que têm de ser percorridas. Esta reunião foi importante para iniciar esse caminho. Como devem também perceber, de momento, não nos podemos alongar em mais pormenores.

Mais informamos que estamos a estabelecer vários contactos (nacionais e internacionais), que podem vir a ser uma mais-valia para a CT. Esperamos em breve ter mais novidades. Contudo, todos aqueles que tenham conhecimento de entidades que possam estar interessadas em apoiar a CT ou que possam ser potenciais interessados, não deixem de nos contactar, para nos informar sobre essas entidades.


Paulo Santos
CT – Comboios Transmontanos S.A.

sábado, 16 de abril de 2011

PARE, ESCUTE, OLHE ESTREIA NA SIC TELEVISÃO A 16 DE ABRIL | 23h30

O documentário já tem estreia marcada na SIC Televisão (co-produtora do filme). Será exibido uma versão de 55 minutos, no dia 16 de Abril, às 23h30 - depois da novela Laços de Sangue.



terça-feira, 5 de abril de 2011

Terrenos aguardam pelo apito do comboio em Viseu

Terrenos aguardam pelo apito do comboio em Viseu.

Correr sem sair do mesmo sítio. É desta forma que o presidente da Câmara, Fernando Ruas, classifica o processo relacionado com a criação uma ligação ferroviária à cidade. O autarca lamenta que após vários anos de reivindicações e diversos anúncios públicos por parte de membros do Governo o comboio ainda não tenha saído do papel e que não "apite" em terras de Viriato, com prejuízos para todos, tanto para quem gostaria de usufruir do novo meio de transporte como para quem tem os seus terrenos reservados devido à indefinição do canal de passagem da futura linha.

Veja a notícia na íntegra na edição impressa do Diário de Viseu.



domingo, 3 de abril de 2011

Cordao humano na Estação de Vila Real no dia em que a linha do corgo fez 105 anos.



Vila Real - Povo protestou contra o fim da linha do Corgo

Exigem regresso dos comboios

Extinção levou a que populares gastassem mais tempo e dinheiro nas viagens.

Exigem regresso dos comboios

Extinção levou a que populares gastassem mais tempo e dinheiro nas viagens.

Cerca de uma centena de pessoas "deram as mãos" ontem à tarde e formaram um cordão humano em redor da estação de caminhos de ferro de Vila Real exigindo o regresso do comboio à Linha do Corgo, encerrada desde 25 de Março de 2009.

A concentração começou pelas 15h00 em frente à estação e culminou com palmas e palavras de ordem. "Queremos o comboio, devolvam-nos o que nos tiraram", exclamavam os populares.

António Teixeira, de 67 anos, antigo revisor da CP e residente em Alvações do Corgo, uma das freguesias servidas pela linha, contou ao CM que a interrupção da circulação dos comboios o obrigou a "gastar mais tempo e dinheiro nas suas deslocações à Régua e Vila Real". Também o deputado do Bloco de Esquerda Heitor de Sousa defendeu que a desactivação da Linha do Corgo é mais um factor para a desertificação de Trás-os-Montes e que a mesma deve voltar a cumprir o serviço público.

Recorde-se que o fecho da linha foi justificado pelo Governo com a necessidade de obras para a modernizar e garantir a sua segurança. Entretanto, foram arrancados todos os carris, assim como o balastro da plataforma da linha, não tendo sido repostos até agora.



sexta-feira, 1 de abril de 2011

FEVE adjudica a aquisição de 4 novas automotoras


A FEVE acabou de adjudicar a aquisição de 4 novas automotoras (foto). Cada uma delas tem 3 carruagens. O custo total da sua aquisição é de 21,8 milhões de euros. Cada uma das automotoras terá um custo de 5,5 milhões de euros com IVA. Sem IVA este valor fica em 4,7 milhões de euros, um pouco mais elevado do que as automotoras que orçamentámos para o Comboio Aquae Flaviae (Chaves – Aveiro) e o Comboio Brigantino (Bragança – Aveiro), 3,26 milhões de euros. Contudo, estas novas automotoras podem transportar mais passageiros, cada carruagem tem 78 lugares sentados (234 no total das 3 carruagens) e tem um espaço reservado para estacionamento de 4 bicicletas. Estas automotoras atingem os 100 km/h. Esta opção seria interessante para a CT, apesar de aumentar os custos de aquisição do material circulante em 2,88 milhões de euros (2 automotoras). Contudo, contando com a comparticipação do QREN no investimento inicial da CT, esse aumento ficaria em 1,15 milhões de euros.

Com esta notícia da FEVE, podemos comprovar, mais uma vez, que o projecto da FEVE é rentável. O projecto CT – Comboios Transmontanos S.A. teve por base este projecto espanhol, pelo que não precisamos de dizer mais para concretizar o nosso projecto de gestão integrada das linhas de via estreita em Portugal.

Para reforçar esta mensagem, deixamos mais uma boa notícia da FEVE, a criação de mais um comboio turístico e a criação de novos itinerários:

quinta-feira, 31 de março de 2011

Cordão Humano na estação de Vila Real contra atraso na reabertura da linha do Corgo

Realiza-se no próximo sábado, dia 2 de Abril, um Cordão Humano à volta da estação ferroviária de Vila Real, uma acção de protesto contra o atraso na reabertura do troço Régua - Vila Real e a favor da reabertura do troço Vila Real - Chaves, que assinala os 105 anos da inauguração da linha do Corgo.

Esta acção conta com o apoio do Movimento Cívico pela Linha do Corgo (MCLC), que condenou recentemente a consignação de mais 17 quilómetros de ecopista no canal da Linha do Corgo, no município de Vila Pouca de Aguiar. “É incompreensível como a moda irreflectida das ecopistas em leitos ferroviários grassou pelo país, quando se repetem as provas de que este equipamento para além de caro tem um retorno económico-social diminuto ou mesmo nulo”, afirma o movimento, em comunicado.



sábado, 26 de março de 2011

Linha do Corgo continua fora dos carris dois anos após o encerramento

A associação ambientalista Quercus exigiu a reabertura da linha ferroviária do Corgo, que liga Peso da Régua a Vila Real e que foi encerrada há dois anos por motivos de segurança.
A 25 de Março de 2009, a então secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, mandou fechar a Linha do Corgo por razões de segurança, anunciando depois um investimento de 23,4 milhões de euros na reparação da linha que deveria reabrir até ao final de 2010.
As primeiras fases ficaram concluídas no final de 2009, depois do levantamento dos carris e travessas e reperfilamento da plataforma, só que, entretanto, os trabalhos pararam deixando as populações e autarcas apreensivos quanto ao futuro da linha.

O Núcleo da Quercus de Vila Real e Viseu mostrou-se, em comunicado, preocupado com a “situação de incerteza” em que se encontra a Linha do Corgo, na qual ainda não foram repostos os carris.

“Passaram todos os prazos previstos, e até alargados, dados pelos decisores políticos e autoridades responsáveis regionais e nacionais, que garantiram a sua reabertura. Esta linha, que liga a cidade de Vila Real à Linha do Douro é“crucial no desenvolvimento sustentável da região, visto ser, dos transportes, o menos poluente. É também essencial no combate ao despovoamento do interior norte, nomeadamente a nível turístico, pois é um transporte que potencia a chegada de turistas à capital de distrito”, um facto que a Quercus diz que foi reforçado no Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro, cujo promotor foi a Presidência do Conselho de Ministros.

Neste plano, segundo a associação, ficou assente a importância da reabilitação das linhas estreitas que fazem ligação à Linha do Douro com a “criação de uma bolsa para o relançamento e concessão de patrimónios ferroviários desactivados das linhas do Douro, Tâmega, Corgo, Tua e Sabor. Envolto em mais uma situação dúbia, o povo trasmontano vai perdendo o direito à mobilidade, e ao desenvolvimento sustentável, acabando por ficar cada vez mais encerrado em muros de betão e silêncios injustificados”.
Por isso, o Núcleo da Quercus de Vila Real e Viseu exigiu que a população seja esclarecida acerca da data da reabertura da Linha do Corgo, para poderem realmente colocar em prática o slogan “Mude a sua Vida e Vá de Comboio”.

Em Novembro, o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, afirmou que projectos para o prolongamento da Linha do Douro até Barca de Alva e a reactivação da via-férrea do Corgo estavam a ser “recalendarizados”, salientando na altura que “o calendário dos projectos tem que ser revisto em função das disponibilidades orçamentais e sobretudo das condições de financiamento”.
Portugal, é o único país da Europa Ocidental que, em 20 anos, perdeu passageiros na ferrovia. Em contrapartida, na vizinha Espanha, registou-se um crescimento de 157 por cento.



sexta-feira, 25 de março de 2011

Todos pelo caminho-de-ferro em Trás-os-Montes e Alto Douro

«Ligar as Regiões do Norte de Portugal e de Espanha, três universidades e quatro territórios classificados com Património Mundial». Esta é a aposta estratégica da Comunidade Intermunicipal do Douro, CIM. O seu presidente, Artur Cascarejo, defende o caminho-de-ferro como o meio mais adequado à mobilidade endógena na região de Trás-os-Montes e Alto Douro. À sua voz, juntam-se outras, nomeadamente a Estrutura de Missão do Douro, que continua a elencar prioritariamente a reactivação da linha entre o Pocinho e Barca de Alva, e a via-férrea do Corgo.

domingo, 20 de março de 2011

Pedro Pimentel questiona o Ministro das Obras Públicas acerca da Linha do Corgo

Pedro Pimentel, Deputado Castedense eleito pelo Círculo Vila Real, dirigiu algumas questões ao Ministro das Obras Públicas e Transportes e Comunicações relativas à requalificação da Linha do Corgo, conforme as promessas do governo em 2009 e que até ao momento não foram concretizadas.

Pergunta
No dia 31 de Maio de 2009 e em vésperas das Eleições Legislativas, reuniu no Governo Civil de Vila Real a Sra. Secretária de Estado dos Transportes, Dra. Ana Paula Vitorino com os Senhores Presidentes das Câmaras Municipais de Vila Real, de Peso da Régua, de Santa Marta de Penaguião, com o Sr. Governador Civil do Distrito de Vila Real, com representantes da REFER e da CP, com o representante da Unidade de Coordenação e Desenvolvimento e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), com o representante da Unidade de Missão do Douro, com o representante do Instituto do Turismo de Portugal e alguns Srs. Presidentes de Junta de Freguesia que foram afectadas pelo encerramento da Linha do Corgo (Vila Real – Peso da Régua).

Ficou acordado nessa reunião que haveria por parte do Governo um plano de investimentos no total de 27,3 milhões de euros em obras de reabilitação e medidas de segurança, tais como a suspensão e automatização de passagens de nível, da Linha do Corgo (Vila Real – Peso da Régua).

Na reunião de 31 de Maio de 2009, ficou acordado que a obra teria duas fases, uma primeira a ter início em Junho de 2009, com o levantamento dos carris e travessas e uma segunda fase que terminaria em Setembro de 2010, onde incluíam a colocação de novos carris, novas travessas e a beneficiação das estações e apeadeiros. Nessa mesma reunião ficou também acordado formar-se uma comissão para acompanhar todos os trabalhos realizados na Linha do Corgo (Vila Real – Peso da Régua), onde todas as entidades envolvidas, incluindo Autarcas, estariam a par de todos os passos das diferentes fases da obra.

Tendo o Sr. Secretário de Estado dos Transportes, Dr. Carlos Correia da Fonseca, no passado dia 13 de Agosto de 2010, respondido a algumas questões por mim formuladas, as quais em nada se compromete o Governo com as promessas anteriormente assumidas.

É pois com enorme preocupação e desagrado por parte dos agentes envolvidos e em especialmente por parte das populações afectadas, que passado mais de seis meses da data prometida para a finalização da obra, nada tenha sido feito para resolver este grave problema.

Neste sentido e ao abrigo das disposições constitucionais aplicáveis, solicita-se ao Governo, por intermédio do Senhor Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, que sejam respondidas as seguintes perguntas:

Nas respostas às questões por mim formuladas no passado dia 29 de Abril de 2010, foi afirmado por V. Exa. que “Decorrem actualmente os estudos para a segunda fase dos trabalhos, que compreendem as empreitadas de colocação de nova geometria de via, geotecnia, drenagens e construção civil”. Gostaria de saber se tais estudos já foram concluídos? E se os mesmos estudos já foram concluídos, gostaria de saber se os Srs. Autarcas dos Municípios de Vila Real, Peso da Régua e Santa Marta de Penaguião já têm conhecimento dos mesmos?

Também nas respostas às questões por mim formuladas no passado dia 29 de Abril de 2010, foi afirmado pelo Gabinete do Sr. Secretário de Estado dos Transportes, Dr. Carlos Correia da Fonseca “que todas as opções que estão a ser estudadas asseguram a mobilidade das populações, prevendo-se uma tomada de decisão sobre esta matéria para breve”, gostaria por isso de saber, se o Governo através do Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, vai mesmo realizar a obra de requalificação da Linha do Corgo (Vila Real – Peso da Régua), que prometeu no dia no dia 31 de Maio de 2009, no Governo Civil de Vila Real, aos Autarcas dos Municípios de Vila Real, Peso da Régua e Santa Marta de Penaguião e às populações afectadas? Em caso afirmativo para quando a conclusão da obra?

Palácio de São Bento, Sexta-feira, 18 de Março de 2011
Deputado
Luis Pedro Pimentel (PSD)

Fonte: Castedo


quinta-feira, 17 de março de 2011

Voluntários limpam linha desactivada

Cerca de 30 voluntários portugueses e espanhóis iniciaram ontem a limpeza de um troço da linha de caminho-de-ferro que liga as estações de Fuentes de San Esteban (Espanha) e o Pocinho (Vila Nova de Foz Côa). Esta primeira intervenção, levada a efeito pela Associação transfronteiriça Todavia, teve início na localidade de Lumbrales (Espanha), estando programada a conclusão dos trabalhos de limpeza e desobstrução da via para o próximo mês de Abril.

Os defensores da ferrovia do Douro, que fazia a ligação entre o Porto e Salamanca, garantem que apenas querem "actuar em defesa do património ferroviário". A ideia passa por abranger todo o traçado da linha entre Fuentes de San Esteban – Lumbrales – Barca d’Alva – Pocinho – Estação do Côa, de modo a que estes troços possam passar para as mãos de pequenas empresas ou associações, que façam a sua exploração e manutenção.



terça-feira, 8 de março de 2011

LINHA FERROVIÁRIA DO CORGO - “OS VERDES” ENTREGARAM PERGUNTA NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar “Os Verdes”, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, sobre a Linha Ferroviária do Corgo.

“Os Verdes” querem saber a calendarização prevista para a execução da 2ª fase das obras e também o custo mensal que a CP terá com a implementação dos transportes alternativos.

PERGUNTA:
A Assembleia Municipal de Vila Real aprovou, no final do ano passado, uma Moção a favor da reactivação da linha ferroviária do Corgo. Esta Moção vem no seguimento da promessa feita pelo Governo, em 2009, em que se comprometia a requalificar a linha até Setembro de 2010.

A modernização de um País passa por um serviço público de qualidade e o transporte ferroviário deve ser encarado como um instrumento de combate ao isolamento, a desertificação do interior e potenciador da economia.

A linha do Corgo, além da importância que tem para a mobilidade das populações, tem uma grande procura turística.

Em 2009 foram realizadas as primeiras fases dos trabalhos, na íntegra, nas linhas do Corgo e Tâmega com as empreitadas de levantamento da super estrutura de via e reperfilamento da plataforma.

A linha foi encerrada por motivos de segurança e se analisarmos as instruções que foram enviadas a todas as empresas de transportes do sector público reparamos que no segundo item se diz “atribuir prioridade a investimentos com segurança”.

Ora, com os transportes rodoviários alternativos estão as populações menos seguras em virtude das estradas serem muito sinuosas e o clima aumentar essa perigosidade.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Ex.ª O Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte Pergunta, para que o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações possa prestar os seguintes esclarecimentos:

Qual o calendário previsto para a execução da 2º fase das obras na linha do Corgo?
Qual o custo mensal que a CP está a ter com os transportes alternativos?

Fonte: O Grupo Parlamentar “Os Verdes


quarta-feira, 2 de março de 2011

O Projecto CT – Comboios Transmontanos S.A. vai ser actualizado em breve…

Estamos a melhorar o projecto CT com os contributos que fomos recebendo ao longo dos últimos meses. Estamos também a introduzir algumas ideias novas, com o objectivo de tornar o CT um projecto financeiramente rentável, para que possa ser um produto apetecível aos investidores privados. Deixámos de acreditar no estado português (governo e autarquias) como possíveis accionista deste projecto.

Além disso, queremos também demonstrar a exequibilidade de um grande projecto no sector ferroviário através da iniciativa privada.

É bom para a economia Portuguesa que mais projectos privados apareçam neste sector (como noutros). Não podemos estar sempre à espera da moleta ou dos subsídios estatais. A conjuntura da economia Portuguesa poderia ser outra, se a nossa economia não fosse demasiada dependente do estado e se este não estivesse demasiado presente. Quanto maior for o “comboio” do estado na economia mais impostos somos obrigados a pagar e menos financiamento fica disponível para os verdadeiros investidores, criadores de riqueza.

Esperamos muito em breve apresentar o novo projecto CT como um grande projecto de gestão integrada das linhas transmontanas e das linhas de via métrica em Portugal.

Paulo Santos
CT – Comboios Transmontanos S.A.


Site do Movimento Civico Pela Linha do Corgo – MCLC

O MCLC – Movimento Civico pela Linha do Corgo, é um grupo de cidadãos nacionais e estrangeiros que se juntou á volta das preocupações que surgiram desde 1990 sobre a preservação, manutenção e reabertura da Linha do Corgo. A urgencia da criação deste Movimento tornou-se ainda mais evidente quando o troço Regua-Vila Real foi subitamente encerrado a 25 de Março de 2009, decisão a qual o Ministerio das Obras Publicas, Transportes e Comunicações deixou deliberadamente arrastar-se, com o repetido e repetitivo intuito de exterminar o caminho de ferro de Tras-os-Montes e Alto Douro.

Entra aqui no novo site.


domingo, 20 de fevereiro de 2011

Procurar Investidores para as Linhas Transmontanas

É minha profunda convicção que não vamos poder contar com estado e muito menos com actual governo para reactivar a linhas transmontanas do Corgo, Tua, Sabor e Tâmega. Também não vale a pena estar à espera do apoio dos actuais autarcas transmontanos, já que quase todos, se não todos, se venderam às promessas ilusórias do actual governo.

A única solução para tornar realidade, o sonho de voltar a ver os comboios a circular nas linhas transmontanas, seria com um projecto financiado com fundos privados.

Uma hipótese seria convencer a FEVE a investir em Portugal, expandido a sua rede para o nosso país. Contudo, e para nossa infelicidade, a rede da FEVE não se encontra perto das localidades fronteiriças, onde as linhas do Corgo, Tua, Sabor e Tâmega terminam. No entanto, não sendo um impedimento, torna difícil de convencê-los a investir. Além disso, existe outro impedimento, a FEVE ser uma empresa pública espanhola. Sabendo nós a posição do nosso governo sobre as linhas transmontanos e dada a amizade existente entre os actuais primeiros-ministros dos dois países, depressa seria vetada qualquer hipótese de viabilização de uma participação da FEVE.

A hipótese mais interessante e porventura a única que poderia de facto concretizar, seria a participação de investidores árabes. Pode à primeira vista parecer estranho, mas podem ter a certeza que não é. Fiz várias pesquisas sobre investimentos árabes, e verifiquei a abertura e a disponibilidade para investirem em projectos alternativos, como aquele que defendemos, desde que se prove a sua rentabilidade. O mais difícil é conseguir chegar ao seu contacto para fazer a apresentação de um projecto integrado para toda a região transmontana. Gosto de frisar “um projecto integrado”, pois quaisquer projectos sectoriais estarão condenados ao fracasso.

Não seria difícil de convencê-los a investir num projecto ferroviário de gestão integrada das Linhas do Corgo, Tua, Sabor e Tâmega com ligações a Espanha e às duas principais cidades do país, tendo acesso aos principais Aeroportos do país: ao Porto através da Linha do Douro, e a Lisboa através da realização do projecto da Linha de Lamego com a ligação à Linha do Vouga, reactivando o troço entre Viseu e Sernada do Vouga, permitindo a chegada a Aveiro, com a consequente ligação ao Alfa Pendular para Lisboa. Além disso a ligação a Aveiro, permitiria a ligação a um importante porto Marítimo, o Porto de Aveiro.

A grande “batalha” para nós, acima de qualquer outra coisa, seria utilizar tudo o que estivesse ao nosso alcance, para conseguir chegar ao contacto com as agências de investimentos árabes e/ou fundos de investimentos árabes.

É isso que tenho andado a tentar fazer, mas torna-se mais fácil, se mais estivessem interessados e disponíveis para o fazer…

Paulo Santos
CT - Comboios Transmontanos S.A.


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Barragem do Tua: uma pedra sobre 'defunto' e um 'insulto'

A associação ambientalista Quercus considerou hoje que o início da construção da barragem de Foz Tua «simboliza» a «morte» da linha do Tua e de «todas as potencialidades do vale do rio Tua».

O primeiro-ministro, José Sócrates, lançou hoje a primeira pedra da barragem que, para a Quercus, «simboliza a pedra que se quer colocar em cima de um defunto aquando do seu enterro».

A associação refere, em comunicado, que a construção da barragem «viola a Directiva Quadro da Água, acaba com a linha do Tua e com a acessibilidade ferroviária ao Nordeste e irá afectar muito negativamente os últimos dois pilares de desenvolvimento da região de Trás-os-Montes e Alto Douro: a agricultura e o turismo».

Para a Quercus, «se as barragens fossem sinónimo de riqueza e emprego, esta região seria uma das mais ricas e teria das taxas de desemprego mais baixas da Europa», pelo número de empreendimentos que ali existem.

«A estimativa do custo do Plano Nacional de Barragens é de 7.000 milhões de euros a serem pagos pelos consumidores, em vez de um investimento em alternativas energéticas que custariam somente 360 milhões de euros para obter os mesmos benefícios em termos de protecção do clima e de independência energética».

O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) reagiu ao início da obra, afirmando que «não é com uma pedra que vão enterrar o vale e a linha do Tua».

O partido promete continuar «a lutar» contra o empreendimento e lembra, em comunicado, que «Foz Côa não se construiu e, no entanto, parte do paredão da barragem já estava erguido».

O PEV acusa o Governo de utilizar a «estratégia do facto consumado que visava e visa ainda inibir a mobilização e toda e qualquer decisão e posição contra esta barragem, dando-as como inúteis perante uma situação irreversível».

Os Verdes consideram, no entanto, que «esta primeira pedra não deixa de ser um insulto e uma afronta ao bom senso, ao interesse regional e nacional, ao património e à entidade cultural do povo desta região».

O partido entende ainda que «é uma afronta aos procedimentos legais e à transparência democrática, que estão a ser, em todo este processo, várias vezes lesados».

Mas está convicto de que «esta primeira pedra não é, por certo, um pilar da barragem e que debaixo da ponte de Foz Tua ainda vai correr muita água e que a luta de todos quantos se opõem à barragem de Foz Tua, na qual o PEV teve uma forte intervenção desde a primeira hora, continuará».

O PEV lamenta ainda «a afinação do coro dos autarcas do Vale do Tua, que, por alguns 'tostões' que ainda não estão garantidos e não passam de promessas no papel que facilmente são postas em causa em nome de qualquer crise ou défice, estão prestes a hipotecar o desenvolvimento futuro dos seus concelhos e da região».

Fonte:Sol/Lusa


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O caso do fecho de linhas férreas no Alentejo ou O triunfo do automóvel

Numa entrevista dada há alguns meses ao Jornal das Caldas, o presidente da CP, José Benoliel, interrogava-se sobre se relativamente a várias linhas férreas com procura reduzida em Portugal o transporte público rodoviário não seria o mais adequado para garantir a acessibilidade das populações por elas servidas.

Meses depois, encerrou ao tráfego nacional de passageiros mais uma linha no Alentejo (o Ramal de Cáceres) e o plano da CP para 2011 prevê o encerramento de mais uma, com o que ficará a sobrar, como ferrovia da região aberta ao transporte de passageiros, o que resta da Linha de Évora, o que resta da Linha do Alentejo e a Linha do Leste.

Aquele tipo de argumentação não é novo: há duas décadas, serviu de base à supressão do serviço ferroviário de passageiros em inúmeras linhas férreas portuguesas, entre as quais a maior parte das linhas alentejanas. A maior região portuguesa (que ocupa mais de um terço do território continental) ficou reduzida a uma oferta ferroviária mínima.

Passando-se por cima da enorme degradação do serviço prestado, dizia-se, há duas décadas, que o despovoamento crescente desta região conduzia naturalmente a um esvaziamento da procura do transporte ferroviário, que teria deixado de constituir um modo de transporte adequado para a nova realidade alentejana: o despovoamento e a consequente diminuição do fluxo de passageiros na região tornariam muito mais adequado o autocarro e, portanto, havia que substituir a oferta do obsoleto transporte público ferroviário pelo transporte público rodoviário, que deixaria as populações mais bem servidas.

Várias linhas férreas (ou troços de linhas) foram encerradas ao tráfego de passageiros no Alentejo interior em 1 de Janeiro de 1990: o Ramal de Portalegre (Portalegre – Estremoz), a Linha de Évora (troço Évora – Estremoz – Borba – Vila Viçosa), o Ramal de Reguengos de Monsaraz (Évora – Reguengos de Monsaraz), o Ramal de Moura (Beja – Serpa – Moura), o Ramal de Mora (Évora – Arraiolos – Mora) e o Ramal de Montemor-o-Novo (que permitia a ligação desta cidade às de Évora e de Beja e à restante rede)
[Acresceu, no Alentejo litoral, o encerramento do Ramal de Sines (que servia as cidades de Sines e de Santiago do Cacém) e ainda a supressão do serviço no Ramal de Vendas Novas, este servindo também o Ribatejo].

O fecho do serviço ferroviário foi, em todos os casos, acompanhado da implementação de um serviço de transporte rodoviário alternativo – que, todavia, duraria muito pouco tempo, tendo sido rapidamente abandonado.




quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Descubra Portugal enquanto há comboio

A CP é uma empresa surpreendente. Convida-nos, através de spots publicitários, a dar "uma escapadela com amigos e descobrir Portugal de comboio", como competente agência de turismo. E, ao mesmo tempo, continua a fechar linhas. Uma a uma, sem complacências a ajudar ao despovoamento.

Apresse-se, pois, se tenciona responder ao desafio da ferroviária portuguesa e partir à conquista do país ao som do pouca-terra, pouca-terra. Tanta é a pressa de excluir troços ferroviários que o gestor do site da CP, por certo, dificilmente acompanhará o ritmo. Na página online da companhia, o visitante é induzido em erro. Não existem nove propostas, como diz, "À descoberta de Portugal a bordo do comboio regional". Eram nove, agora são oito. No ramal de Cáceres, em Portalegre, o comboio deixou de apitar no primeiro dia de Fevereiro. Motivo: falta de rentabilidade. A nona proposta turística, que transportava o viajante a Castelo de Vide e Marvão, fica para a história.

Como para o estudo da arqueologia industrial ficarão alguns dos mais belos troços ferroviários portugueses. Corgo, Tua, Tâmega, Barca d'Alva... e outros se seguem certamente. Fica o interior do país mais abandonado, isolado, de solidões com menos acessos.

Serão estes cortes uma inevitabilidade? Não haveria outra solução: ao invés de encerrar, tornar estas linhas atractivas, verdadeiras alternativas ao automóvel?

O caminho parece ser outro. Há muito tempo, é certo, não ouvimos os políticos a dar qualquer sinal de preocupação com a despovoamento que devasta o país. Isso também faz parte do passado. E assim se avança. Fecham urgências hospitalares, fecham serviços de atendimento permanente, acabam os comboios. Até que não reste ninguém a morar por esses sítios. Quando a CP - empresa do Estado, da qual se espera um serviço público - fechar as linhas que dão prejuízo, fica no ponto para mudar de mãos. Quem a comprar não terá, seguramente, de prestar qualquer serviço público - o objectivo será mais prosaico, o lucro.

P.S. Nem só o interior é alvo do desmantelamento da CP. A linha de Leixões, pensada para transportar 2,9 milhões de pessoas por ano, fechou. Sem que a estação que lhe daria sentido (no hospital de S. João) chegasse sequer a nascer.



segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

"Não haverá mais comboios na Linha do Tua devido à barragem"

Os comboios não voltarão a circular na Linha do Tua, considerou o administrador da CP Nuno Moreira, adiantando que a empresa não pretende assegurar "indefinidamente" transportes alternativos às Linhas do Corgo e Tâmega, que custam anualmente 221 mil euros.

"Do lado da Linha do Tua, é conhecida publicamente a situação da barragem e é uma situação que, a meu ver, é irreversível. Não haverá mais comboio na Linha do Tua devido à barragem", disse Nuno Moreira, à Lusa.

A CP é a responsável pela exploração comercial dos cerca de 60 quilómetros da última via férrea do Nordeste Trasmontano, entre Mirandela e o Tua, que se encontra encerrada há mais de dois anos, depois de quatro acidentes com outras tantas vítimas mortais. Durante este período, foi aprovada a construção da barragem de Foz Tua que submergirá 16 quilómetros da linha, cortando a ligação à rede nacional ferroviária.

Confrontado com estas declarações, o presidente da Câmara de Mirandela, José Silvano, considera que "já não são novidade nenhuma". O autarca, que sempre lutou contra a barragem, já dá o facto como consumado e que "a linha do Tua acabou tal como existia".

Segundo o autarca social-democrata, também o metro de Mirandela, que ainda circula, entre a cidade e Cachão, vai acabar dentro de "três a quatro anos", logo que esteja executado o plano de mobilidade.

Em troca da barragem, vão ser investidos 35 milhões de euros para criar um novo plano de mobilidade na zona, que implica um pequeno troço de via-férrea da estação do Tua ao paredão, um funicular, dois barcos para levarem os passageiros até à Brunheda e comboio até Mirandela.

No resto das linhas transmontanas, a viabilidade das linhas parece difícil. O administrador da CP responsável pelos serviços regional e de longo curso explicou que nas linhas do Corgo e Tâmega "foram encontradas deficiências" que obrigaram a obras estruturais.

A Refer - Rede Ferroviária Nacional concluiu que "não valia a pena estar a fazer remendos sobre as linhas", explicou Nuno Moreira, acrescentando que foi decidido encerrar as linhas, fazer uma reestruturação e moderniza-las.

"Agora cabe à Refer fazer as obras", avisou.

As linhas do Tâmega, entre a Livração e Amarante, e do Corgo, entre Vila Real e a Régua, foram encerradas para obras que, entretanto, foram suspensas para "reavaliação".

Sobre os transportes alternativos que a CP está a assegurar devido ao encerramento destas linhas, o administrador disse que a empresa "não tenciona manter indefinidamente" esta solução.

"Não faz sentido a CP estar a fazer serviço rodoviário e, por outro lado, tem de se ver se naqueles locais existem ou não concessionários rodoviários, ou seja, se se justifica estar a fazer aquele serviço", disse, referindo que os transportes alternativos só serão mantidos caso se conclua que são "essenciais à mobilidade das populações".

Na Linha do Tâmega, os serviços rodoviários entre Livração e Amarante representam um custo anual de 133.000 euros, enquanto na Linha do Corgo os serviços rodoviários Vila Real - Régua custam 88 mil euros por ano à CP, segundo dados da empresa.



sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Ministério “decretou a sentença de morte” do Vale do Tua

Segundo os bloquistas, o Governo já tomou a decisão final de avançar com a barragem do Tua, uma decisão que representa uma “cedência cega” aos interesses económicos da EDP. Os cinco autarcas dos municípios afectados pelo empreendimento hidroeléctrico continuam o processo de criação de uma Agência de Desenvolvimento Regional, para a qual já apresentaram mesmo uma proposta de estatutos.



A Memória Triste da Linha do Sabor

Fotorreportagem de Paulo Pimenta.

» Ver

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Cavaco e a Linha do Tua

Vejam o vídeo no momento em que o candidato Cavaco Silva ficou incomodado pelo tema da Linha do Tua... Porque será?



Ver o vídeo.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Defensor Moura apela ao Governo para reavaliar encerramento da linha do Tua

Quatro dias depois de Cavaco Silva ter estado em Mirandela, onde foi acusado de ser o responsável pelo encerramento de muitos quilómetros de linhas de caminho de ferro, Defensor Moura insurgiu-se este domingo, também em Mirandela, onde se deslocou no âmbito da campanha, contra o encerramento da linha do Tua por causa da construção da barragem e pediu uma reavaliação económica e social da decisão.

Mostrando-se contra a construção da barragem, considerando-a mesmo “uma má medida de política no que se refere ao combate e à desertificação da região”, o candidato pediu ao Governo que reavalie a decisão, afirmando que “há investimentos transitórios que não valorizam assim tanto o nosso património energético [leia-se barragem]”.

À chegada à estação ferroviária de Mirandela, que se encontra desactivada e em visível estado de degradação, Defensor Moura visionou um vídeo relativo à visita que Cavaco Silva efectuou quarta-feira, também no âmbito da campanha para as presidenciais, à zona industrial da cidade e onde disse que “gostava muito de andar de comboio” e que “o comboio é um instrumento” indispensável ao desenvolvimento da região. O que deixou muitos transmontanos indignados.

“Tive um convite dos transmontanos de Mirandela para lhes vir dar voz nesta luta pela reactivação das linhas de caminho de ferro que foram fechadas nos anos 90. À chegada fui surpreendido com um vídeo da visita de um outro candidato que apela muito à falta de memória dos portugueses e neste caso dos transmontanos”, declarou o candidato, lembrando que foi com Cavaco na liderança do Governo que foram encerrados 185 dos 250 quilómetros de via-férrea do distrito de Bragança”.

Lamentando aproveitamento político, Defensor verberou, acusando o Presidente da República de vir a Mirandela “pedir o apoio a quem tinha sito prejudicado pela sua acção”.

No final de uma visita de metro entre a estação do Cachão e Carvalhais, onde viajou toda a comitiva que acompanha o candidato, Defensor acenou com “o sofrimento que Trás-os-Montes está a sentir de desinvestimento e de desertificação, porque lhes faltam transportes regulares e seguros e a linha de caminho de ferro que tanto custou a construir é um investimento que deve ser mantido e revalorizado”.

Por seu lado, Daniel Conde, do Movimento Cívico da Linha do Tua, que não se conforma com o encerramento da linha, considera que “há muita coisa a fazer a partir da linha do Tua para o desenvolvimento da região, mas muito pouco se tem feito”. Pedindo a reactivação a linha até Bragança, Daniel Conde dá conta das potencialidades deste troço pelo seu “valor paisagístico, arquitectónico e social que é isso que importa aqui, trazer de novo o desenvolvimento ao distrito de Bragança”.

Na comitiva que acompanhou o candidato presidencial Defensor Moura participaram também elementos da Associação Ibérica da Defesa dos Rios.

Fonte: Público


sábado, 15 de janeiro de 2011

Cavaco defendeu produtos transmontanos e foi confrontado com a linha do Tua na visita a Bragança

Cavaco Silva defende que os produtos agrícolas transmontanos deveriam estar mais disponíveis nas grandes superfícies comerciais. Uma posição assumida ontem num jantar comício em Bragança inserido na campanha para as eleições presidenciais.

A par desta ideia, o candidato e actual chefe de estado entende que a agricultura deveria ser mais apoiada para que os produtos possam penetrar noutros mercado.

“Eu conheço a qualidade extraordinária dos produtos de Trás-os-Montes, que gostaria de ver mais nas prateleiras das grandes superfícies, que gostaria de ver com maior preferência por parte dos portugueses, que gostaria que tivessem mais apoios para penetrar nos mercados externos, em particular na nossa vizinha Espanha. Esquecê-los é deixar para trás a nossa alma”, disse Cavaco Silva.

Neste jantar, a mandatária distrital da candidatura, Conceição Martins deixou um apelo especial a Cavaco Silva: “Aqui o professor Cavaco Silva, como presidente da República nos próximos cinco anos, tenha em atenção o distrito onde está agora e continue a lutar pela coesão territorial que permita ao distrito de Bragança cumprir a sua missão.”

A coesão nacional é precisamente um dos desígnios do candidato que deixou claro que não quer regiões esquecidas no país.

“Mas o certo é que existem desequilíbrios territoriais”, disse Cavaco, que reconheceu que “tem faltado uma política verdadeira que compense estes desequilíbrios”.

Este jantar contou com a presença de cerca de mil militantes do PSD, o partido que apoia Cavaco Silva nesta recandidatura à Presidência da República.

Antes disso, Cavaco Silva esteve em Mirandela, ao final da tarde, onde visitou fábricas de alheiras, queijo e azeite.

E foi confrontado com um assunto incómodo: a linha do Tua.

Por Mirandela, durou menos de meia hora a visita de Cavaco Silva a três unidades industriais. Com passo acelerado e rodeado de muita segurança, o candidato a um segundo mandato na presidência da República, foi surpreendido com uma tarja do movimento cívico da linha do Tua, onde Cavaco era questionado se tinha vindo de comboio. Um dos membros do movimento fez mesmo questão de entregar um dvd do filme documentário sobre a linha do Tua, referindo que Cavaco Silva era um dos protagonistas. O candidato, de fugida, lá falou sobre um dossier que claramente não domina.

“Já fiz este comboio várias vezes e tenho pena de não fazer até Mirandela”, disse, mas rapidamente lhe disseram que agora já não pode fazer essa viagem. “É um instrumento importante para o desenvolvimento desta região. E os autarcas estão a unir-se todos para falar com o Governo e vão também mandar-me alguns elementos”, disse Cavaco Silva, prontamente corrigido por Daniel Conde: “Pois, mas isso é sobre a linha do Douro, esta é a do Tua”.

Respostas que não convenceram os membros do movimento. Daniel Conde vai mais longe, e considera que Cavaco Silva foi o principal responsável do completo abandono da linha do Tua.

“Gostei muito de ouvir o sr. Presidente dizer que gosta de andar de comboio, principalmente quando, enquanto Primeiro-Ministro, deu cabo de 860 quilómetros de caminho-de-ferro em Portugal. É notável que alguém tenha a lata de dizer isso, sobretudo aqui em Mirandela. A linha do Tua está no estado em que está devido a Cavaco Silva, que não teve contributo nenhum para o desenvolvimento do Nordeste”, disse Daniel Conde.

Cavaco Silva confrontado, em Mirandela, com um tema incómodo, a questão da linha-férrea do Tua, cujo encerramento do troço entre Mirandela e Bragança aconteceu na altura em que foi Primeiro-Ministro. De resto, a visita foi a todo o gás, mas ainda a tempo de receber alheiras de Mirandela numa visita relâmpago a uma empresa do sector.

A todo o gás seguiu para Macedo de Cavaleiros onde apanhou os próprios apoiantes desprevenidos.

“Cheguei até antes da hora. Andam sempre a dizer que o distrito de Bragança é uma terra atrasada mas, como vêem, está é adiantada”, brincou Adão Silva, deputado social-democrata eleito por Bragança e um dos que foi apanhado desprevenidos.

Mesmo assim, sem dar a volta pela zona pedonal da cidade, Cavaco Silva ainda entrou com alguns simpatizantes da sua candidatura num dos cafés de Macedo e deu lições de vida ao pequeno Pedro.

“Tens de estudar porque quando fores grande podes ser Primeiro-Ministro ou Presidente da República. O meu pai também não tinha praticamente nada. Quando reprovei pôs-me a cavar milho e batatas. A partir daí fui sempre o melhor da turma.”



sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Museu do caminho-de-ferro já tem projecto

Já está concluído o projecto de recuperação da antiga estação de caminhos-de-ferro de Bragança.

No entanto, o presidente da câmara diz que a obra ainda não vai avançar por falta de financiamento.

“Temos o projecto de execução feito. Os tempos estão difíceis, há muitos atrasos na execução de fundos comunitários, por isso vamos usar de alguma prudência quanto ao início das obras” refere.

Jorge Nunes adianta que o projecto vai permitir recuperar alguns dos antigos equipamentos.

“Vai prever uma intervenção no actual núcleo, um aumento da área edificada, com uma superfície transparente para que as pessoas que circulam vejam o património neste núcleo museológico” acrescenta.

O projecto está aprovado, falta apenas o financiamento.

Esta candidatura é feita em parceria com outros municípios e liderada pelo Entroncamento.



quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Pouco dinheiro e pouca gente param o pouca-terra

O serviço regional é dispendioso e a contenção orçamental não perdoa. A CP vai retirar-se de algumas linhas do país, deixando estações e apeadeiros vazios, e aldeias que já só verão passar os comboios de mercadorias. Na nova geografia ferroviária não há lugar para as regiões do Alentejo e do Norte

Ler o resto da notícia: Jornal de Notícias