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segunda-feira, 4 de julho de 2016

Comboio volta a apitar no vale do Tua em 2017

Carrazeda de Ansiães Projeto prevê o transporte de turistas em composição histórica entre as estações da Brunheda e de Mirandela

O vale do Tua voltará a ter comboio a partir de março de 2017. Pelo menos para fins turísticos. Uma locomotiva histórica puxará quatro carruagens entre Brunheda (Carrazeda de Ansiães) e Mirandela.
É uma das partes do plano de mobilidade previsto nas contrapartidas pela construção de uma barragem, junto à foz do rio, entre os concelhos de Carrazeda e Alijó. O resto do percurso até Foz-Tua será assegurado por um barco rabelo e por um autocarro descapotável.
O projeto é da empresa Transportes Turísticos do Vale do Tua, SA, constituída para o efeito dentro do universo Douro Azul, liderado por Mário Ferreira. Resulta de um acordo fechado com a EDP, que construiu a barragem, e a Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua, que representa os concelhos abrangidos pelo aproveitamento hidroelétrico: Carrazeda de Ansiães, Alijó, Murça, Vila Flor e Mirandela.
Transporte de passageiros
“É um projeto ambicioso e difícil”, admite, ao JN, Mário Ferreira, já que se trata de “uma nova atração turística onde nada existe para além das belíssimas paisagens”.
Para além da componente turística, está também previsto o transporte quotidiano de passageiros, embora o modelo esteja ainda a ser ultimado com as cinco câmaras municipais e com a EDP.
“Queremos um modelo que sirva bem a população, mas que não se limite a andar só com uma pessoa para trás e para a frente”, nota o empresário.
Neste momento, já estão concluídas as obras de reabilitação dos 37 quilómetros de linha do Tua, entre Brunheda e Mirandela. Uma boa parte dos carris e travessas levantados no troço de 18 quilómetros que vai ser afogado pela albufeira foram usados para as obras no restante percurso. Em fase final estão os trabalhos de estabilização de margens, drenagens, entre outros.
Por concluir estão as negociações com a Infraestruturas de Porem tugal para a empresa ficar com as estações e apeadeiros daquele troço: Brunheda, Codeçais, Abreiro, Ribeirinha, Vilarinho, Cachão, Frechas e Latadas. De fora fica a estação de Mirandela, em posse da Câmara.
Outra vida para o vale
Mário Ferreira garante que “o projeto poderá começar a funcionar a 100% a partir de março do próximo ano, desde que haja água na albufeira”. A partir daí o vale poderá ter outra vida. De resto, o responsável da Douro Azul vinca que “a linha do Tua foi salva pela barragem”.
Sublinha que “se não fosse ela, a ferrovia estava morta, uma vez que já estava parada antes de a barragem ser anunciada”. Agora, com este projeto, “existe a possibilidade de salvar mais de dois terços da via, condições de segurança que não existiam previamente”.
Para a Douro Azul, este novo negócio representa uma “nova, diferente e muito interessante atração turística dentro da região duriense”.
Mário Ferreira está convencido de que significará “um sem-fim de oportunidades” que vão surgir a partir da base de clientes que vão ser redirecionados para o vale do Tua. Porém, avisa, “vão ser necessárias várias infraestruturas que fazem muita falta”, nomeadamente “alojamento, restaurantes e postos de venda de produtos regionais”.
Até agora, insiste, “podia não haver razões para existir mais oferta nestes setores de atividade, mas agora é preciso repensá-la, pois aquela zona está condenada ao sucesso”.


Fonte: JN 

 

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